segunda-feira, 16 de abril de 2007

nanoprojectos - 25 de Abril (2007)

Nunca deixo de comemorar o vinte e cinco de Abril com os meus alunos. Faço-o porque a data não pertence a nenhuma força partidária. O 25 de Abril é uma força política que vivi muito intensamente, ainda que com pouca idade. Tinha apenas 9 anos mas tinha também um pai que me fez participar activamente em tudo o que ele representou. Vi com ele o “Chove em Santiago”, pintei um mural nas paredes interiores (!) do museu municipal da Figueira da Foz (molhei um pincel em tinta vermelha e “fiz sangue” a noite inteira). Temi, com ele, o 11 de Março e o 25 de Novembro. Coleccionei livros e histórias terríveis sobre a PIDE. Abracei-me ao meu pai, com medo que o levassem. Sei o que representa a liberdade. Foi-me insuflada essa nervura. Em 2007 eu e uma turma do 7º ano quisemos saber o que ela representava para quem viveu a sua ausência.

Numa única aula, trouxemos materiais simples, cortámos cravos de cartolina e entregámo-los a 33 pessoas para que neles escrevessem o que é a liberdade.

Depois pendurámos tudo na sala de professores com uma corda de seda verde. Tudo amarrado com molas da roupa – que liberdade é sempre frágil – como roupa ao vento.

Tudo muito simples e muito bonito.

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